Se preferir, assista ao vídeo sobre o assunto:
Neste post eu vou sobre os usos de por que, o porque, o por quê e o porquê, que é algo que muita gente tem dificuldade.
Vamos começar pelo básico, pelo mais fácil:
O por que separado é pra pergunta, e o porque junto é pra resposta, mas eu nem precisava ter dito isso, né!? Porque você provavelmente já sabia.
Mas será que sabia? Então explica esta frase:
“Ela quis saber por que ele a traiu.”
Esta frase tá completamente certa. E agora?
A explicação é bem simples: ela apresenta uma pergunta indireta. Se fizermos uma pequena alteração, isso fica bem claro:
“Ela quis saber: por que ele a traiu?”
A dica aqui é a seguinte: tenta encaixar a palavra “motivo” depois desse por que. Se a frase continuar fazendo sentido, esse por que é separado.
“Ela quis saber por que motivo ele a traiu.”
Agora que a gente já matou o por que e o porque, vamos para o porquê, junto e com acento.
A explicação técnica é que esse porquê é um substantivo. Mas, convenhamos, isso não diz muita coisa para quem já tem dificuldade de entender. Então vamos ver outra dica simples: substitua este porquê por “motivo”. Se fizer sentido, este porquê é junto e com acento.
“Eu explico o porquê.”
“Eu explico o motivo.”
Funcionou ou não?
Só faltou agora a forma separada e com acento. E aqui vale um esclarecimento:
Neste caso, não é o “por quê” que ganha acento, mas só o “quê”, porque a regra aplicada aqui serve pra outros tipos de pergunta.
A regra é: o “quê” no final da frase interrogativa geralmente tem acento:
“Você mentiu pra mim. Por quê?”
“Você gosta de quê?”
“Tá pensando em quê?”
“Tá preocupado com o quê?”
E o uso do vocativo não anula essa regra:
“Você quer o quê, menino?”
“Tá com medo de quê, queridinha?”
“Tá fugindo por que, meu irmão?”
“Já deu pra entender, né!?”
Espero ter te ajudado a entender mais esse embolo da nossa língua, e que você não erre mais daqui para a frente.
Um abraço!