Neste artigo trarei exemplos práticos de como os falsos cognatos podem trair os tradutores.
O primeiro que veremos foi encontrado por mim quando estava lendo o livro “As Brumas de Avalon: Senhora da Magia” (Marion Zimmer Bradley – Imago, 252 p.), e me deparei, na página 76, com o seguinte trecho:
Já o segundo problema com falsos cognatos foi encontrado na série Mithbusters, apresentada pelo canal de TV à cabo Discovery Channel, em um dos episódios da quinta temporada, um especial sobre piratas.
Em dado momento do episódio, enquanto os dois apresentadores terminavam sua caracterização de piratas, o narrador diz: “depois de Jamie a Adam colocarem os costumes (…)”. Este erro acaba se mostrando mais óbvio do que o primeiro, já que não existe sentido na frase “colocar os costumes”.
O problema aqui foi com o falso cognato costume, que, no sentido usado no programa, significa “fantasia”, embora seja escrito de forma idêntica à presente na Língua Portuguesa.
É por essas e outras que não custa reforçar: muito cuidado com os falsos cognatos. Eles podem comprometer a qualidade de um trabalho de tradução, por melhor que ele seja.