Se preferir, assista ao vídeo sobre o assunto:
Neste post eu vou falar sobre como as palavras são formadas. Como eu até já adiantei no post de morfemas, tudo começa com a palavra primitiva, que é a palavra original. É ela que vai sofrer todos os processos que vão gerar as outras palavras.
Casa, quente e comer são exemplos de palavras primitivas.
A partir destas palavras, podemos criar derivadas com o uso dos prefixos e/ou sufixos – derivações prefixais, sufixais e parassintéticas, quando os afixos não podem ser retirados.
refazer (prefixal)
felicidade (sufixal)
indisciplinado (prefixal e sufixal)
enaltecer (parassintética)
Além disto, a gente vai ter outros processos de derivação:
A derivação regressiva, quando um verbo dá origem a um substantivo menor do que ele, como por exemplo em “jogar” que vira “jogo”, “trabalhar” que vira “trabalho”, “vender” que vira “venda”, e por aí vai…
A derivação imprópria, quando a gente muda a classe gramatical de uma palavra só com seu uso na frase, como em “esse filme é tão nós”, em que, nós, que é um pronome, vira um adjetivo para filme, e “viajar é muito bom.”, onde o verbo viajar se transforma em substantivo, ao ser usado como sujeito da frase.
Além dos processos de derivação, podemos criar palavras novas com o uso de composições, que significa juntar duas palavras numa só. Neste caso, a principal diferença das palavras compostas para as palavras derivadas é o número de radicais: enquanto as derivadas só vão ter um radical, as compostas vão ter pelo menos dois.
A composição pode acontecer por aglutinação, quando uma das palavras primitivas, ou até as duas, perdem partes na combinação, como planalto, fidalgo e aguardente, ou por justaposição, quando simplesmente juntamos as duas palavras, com ou sem hífen, como em passatempo, guarda-chuva e girassol.
Aliás, a palavra girassol sofre uma ligeira mudança na sua escrita. Para manter a pronúncia da palavra original, sol, a gente precisa acrescentar um segundo “s”, ou a palavra ficaria girasol. Este mesmo processo foi ampliado depois da última reforma ortográfica, na qual várias palavras perderam seu hífen, e algumas acabaram precisando duplicar seus “s” ou “r” pra manter a pronúncia das palavras originais, como “autorretrato” e “ecossistema”.
Além dos processos de derivação e composição, outros ainda nos ajudam a criar palavras novas.
O estrangeirismo está cada vez mais frequente na nossa língua. Ele acontece quando a gente usa palavras de outro idioma no nosso cotidiano. “Marketing”, “commodities” e “selfies” são exemplos disso.
O hibridismo, que forma palavras a partir de duas origens diferentes, é um dos processos mais comuns. A gente o encontra em “automóvel” e “televisão”, por exemplo.
A gente ainda tem a redução, ou abreviação, que é quando uma palavra surge pra simplificar uma muito maior, como “foto”, que vem de fotografia.
Ainda temos o neologismo, que é simplesmente a criação de novas palavras, como “iméxivel” e “sofrência”.
E, por fim, as onomatopeias, que são a criação de uma palavra pra representar um som facilmente reconhecido, como “tic-tac”, “ai” ou “clique”.
Agora você já sabe como as palavras da nossa língua são formadas. Pratique a identificação destes processos, e sinta-se à vontade pra criar suas próprias palavras. Afinal, um idioma é um organismo vivo.
Um abraço!