Licença Poética

Se preferir, assista ao meu vídeo sobre o assunto:

Hoje em dia é muito comum, ao destacarmos um erro de uso da língua, seja em músicas, poesias ou algum outro tipo de criação artística, recebermos como desculpa a tal da “licença poética”. Só que é preciso muito cuidado com isso, pois só deve ser considerado licença poética algo que é feito intencionalmente, conscientemente.

Para melhor ilustrar o que disse acima, citarei duas músicas de bandas que gosto muito: Mim Quer Tocar, do Ultraje a Rigor, e Não Olhe pra Trás, do Capital Inicial. Veja abaixo o esquema:

Caso 1:

Mim quer tocar
Mim gosta ganhar dinheiro
Me want to play
Me love to get the money

Mim é brasileiro
Mim gosta banana
Mas mim também quer votar
Mim também quer ser bacana

Caso 2:

Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito (…)

Se não faz sentido
Discorde comigo
Não é nada demais

Ao analisarmos as duas letras, vemos que no primeiro caso o uso exageradamente errado e repetitivo da língua é consciente, já que a intenção do compositor, como na maioria das letras da mesma banda, é de criticar, provavelmente pessoas que mal sabiam escrever em Português (ou em Inglês, como é sugerido) e faziam sucesso.

Já o segundo caso traz dois erros de uso da língua (em negrito). No primeiro, o correto seria vir, ao invés de ver, devido à condicional (Futuro do Subjuntivo) do verbo ver. Este erro porém é muito comum aos falantes de língua Portuguesa, pois ocorre a confusão com o verbo vir, cuja condicional equivalente é vier. Já o segundo é um erro de regência, também muito comum, já que se confunde com seu contrário: quem concorda, concorda com alguém; já quem discorda, discorda de alguém. Logo, o correto seria discorde de mim.

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