Transitividade Verbal

O post de hoje aborda o funcionamento do verbo dentro da frase, e como ele se relaciona com os outros termos. É o que chamamos de Transitividade Verbal.

Se o verbo não for o centro da ideia da oração, e servir só para ligar o sujeito a uma característica, ele será classificado como Verbo de Ligação (VL). Se, por outro lado, o verbo funcionar sozinho, sem precisar de complementos, ele será chamado de Verbo Intransitivo (VI). Agora, se o verbo precisar de alguma informação extra para frase fazer sentido, sua classificação será Verbo Transitivo (VT). Vamos deixar os Verbos de Ligação para o fim, para cuidarmos da diferença entre Verbos Intransitivos e Verbos Transitivos.

Um exercício eficiente para identificarmos se um verbo é Transitivo ou Intransitivo é o de se imaginar entrando em uma sala e falando este verbo. Quando ele for Transitivo, assim que o falarmos, sentiremos uma sensação de vazio, de que falta algo. Vamos testar dois verbos diferentes:

Gente, comprei!
Gente, cheguei!

E aí? Qual dos dois precisa de complemento? Você percebeu que, assim que falamos “comprei”, veio uma vontade de perguntar “o quê?” Isso acontece porque o verbo “comprar” sozinho não funciona. Ele precisa ter uma informação para completar a ideia que a gente quer passar. Então ele é Transitivo. Já o verbo “chegar” funciona sozinho. Então ele é Intransitivo. Vamos testar mais dois?

Me desculpa, mas ele morreu.
Me desculpa, mas ele perdeu.

E agora, qual dos dois deu aquele vazio!? O “perdeu”, né!? “Morreu?”, tudo bem, já passou a ideia completa. Mas… Perdeu o quê? “Morrer” é Intransitivo, “perder” é Transitivo.

Ficou claro?

O fato de o Verbo Intransitivo não precisar de informação complementar não significa que ele não aceitará complementos. Mas estes complementos podem ter a ver com o tempo, o lugar, o modo, ou um monte de outros acessórios, que chamamos de Adjuntos Adverbiais.

O primeiro exemplo deste recurso pode ser vista na frase “gente, cheguei mais cedo!”
“Mais cedo” adiciona a ideia de tempo.

Já o segundo exemplo poderia ser “desculpa, mas ele morreu de câncer.”
Aqui “câncer” foi a causa da morte.

Deu para entender!?

Já os Verbos Transitivos aceitarão tipos de complementos diferentes. Mas como a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB) estabeleceu padrões de ensino, é deles que falaremos.

Os complementos dos Verbos Transitivos são chamados de Objetos. Estes podem ser Diretos ou Indiretos, sendo os últimos assim conhecidos por serem ligados ao verbo por preposições. Por exemplo: na frase “comprei carne”, carne está ligado diretamente no verbo, então é um Objeto Direto (OD). Logo, NESTA FRASE, o verbo “comprar” é Transitivo Direto (VTD). Já na frase “pensei em você”, “você” está ligado ao verbo pela preposição “em”. Logo “em você” é um Objeto Indireto (OI), o que faz com que o verbo “pensar” NESTA FRASE seja Transitivo Indireto (VTI).

O verbo pode ainda ser Transitivo Direto e Indireto (VTDI), quando apresentar dois objetos, como na frase “enviei flores para você”, em que “flores” é o Objeto Direto e “para você”, o Indireto, por ter a preposição “para”.

Fácil, né!?

Por fim, voltemos para os Verbos de Ligação. Como dito antes, eles recebem esse nome porque não têm peso na oração, servindo apenas pra ligar o Sujeito a uma característica, que será chamada de Predicativo do Sujeito (PD).
Basicamente, para uma frase ter um Verbo de Ligação, precisamos observar dois fatores:

O primeiro é ter um dos Verbos de Ligação mais comuns:
andar
continuar
estar
ficar
parecer
permanecer
ser
tornar-se
virar
viver.

O segundo é haver, acompanhando a um destes verbos, um Adjetivo ou Locução Adjetiva, que é a característica ligada ao sujeito, que, como já foi dito antes, será chamada de Predicativo do Sujeito. Na frase “fiquei muito cansado”, “muito cansado” é o Predicativo do Sujeito. Já na frase “ela virou uma pessoa fria”, o Predicativo do Sujeito será “uma pessoa fria”.

É importante destacar que nem em toda frase estes Verbos serão de Ligação. Em “fiquei em casa”, o verbo “fiquei” é Intransitivo, acompanhado do adjunto adverbial de lugar “em casa”. O mesmo acontece em “ela virou à esquerda”.

Beleza?

Um abraço!



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